quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nascimento de Sepia officinalis - 2

Hoje consegui tirar uma boa foto onde se pode verificar o tamanho com que as sepias eclodem.

São practicamente miniaturas dos seus progenitores e assim que nascem estão prontos a caçar.

Devo ter cerca de 50, a maior parte vai ser devolvida ao mar, apenas pretendo manter um casal num aquario construido para o seu proposito.

Até breve.

Vitor Pestana

Nascimento de Sepia officinalis

Há cerca de uma semana atrás deram-me um caxo de ovas de chouco, o comportamento deste animal sempre me fascinou e prontamente aceitei a dadiva, para efeitos de estudo quer por simples curiosidade de saber se seria possivel fazer eclodir as ovas num sistema fechado, e em particular num reef.





Começo por mostrar o chamado "caxo" de ovas, estas ovas são depositadas pela progenitora à volta do caule de algumas algas, tem uma aparencia muito semelhante a um caxo de uvass como se pode ver nas imagens.
O resultado até agora tem sido animador, até ao momento já nasceram cerca de 3 choucos, mas há medida que o tempo vais passando, mais iram nascer.
Neste momento os que já nasceram tem um comportamento predatório, tentam caçar amphipodes que passam no caminho ao mesmo tempo que fogem dos ataques dos caraguejos ermitas, que para meu espanto demostram um comportamento muito predatorio para com estes tipo de animais.

Irei colocando mais actualizações à cerca deste tema.

Até breve

Vitor Pestana

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A quimica da água - 2

Hoje quero falar um pouco sobre a adição de elementos traço, o seu rápido consumo e a sua reposição de uma forma simples eficaz e barata.


Um dos elementos traço mais consumidos são o estroncio, potássio, e o iodo, o seu consumo depende muito de aquário para aquário, basicamente depende do numero de corais que cada pessoa possui, numa média para aquarios com alguma vida os elementos traço são quase consumidos no espaço de uma semana, e para quem não gosta de fazer trocas de água frequentes, torna-se complicado repor os niveis iniciais.


Mais uma vez, para contornar este problema recorro aos elementos quimicos base, ou seja, à farmácia, nomeadamente ao Estroncio, sob a formula de sal (cloreto de estroncio) e Iodo sob a formula de iodeto de potássio.


A adição de estroncio pode ser feita directamente na coluna de água, neste caso uso para repor os niveis consumidos, uma colher de chá de cloreto de estroncio para cada 150 litros, bastante simples.

O caso do Iodo é mais complexo, este terá de ser diluido, ou seja 100Gr de Iodeto de Potássio para 1000Ml de água de osmose, fazendo uma mistura a 100%, esta mistura fica de reserva.
O passo seguinte será diluir ainda mais a ultima diluição ou seja 10Ml da mistura de 100% em 990ml de agua de osmose fazendo uma mistura a 10%, será então desta mistura que poderá ser usada uma vez por semana 2,5Ml por cada 100lt de agua do aquário.
Se fizermos bem as contas, um frasco de 100Gr de Iodeto de Potássio custa cerca de 7€ e dá para practicamente o resto da vida de um aquariofilista, quanto mais para o aquário, quanto custa um frasquinho de iodo liquido vendido em lojas da especialidade? Resposta, demasiado.

Aconselho a quem pretenda seguir este metodo a adquirir os teste de Iodo e de estroncio da salifert para poderem adicionar a sua dose à medida do consumo de cada aquário.

Abraço

Pestana

terça-feira, 20 de maio de 2008

A quimica da água


Hoje gostaria de falar um pouco à cerca da quimica da água e como manter este equilibrio de uma forma simples barata e eficaz.

Tenho-me deparado com alguns aquáriofilistas com grandes desiquilibrios entre o KH e o Ca.

No inicio tudo começa bem, especialmente quem usa agua natural, esta água está em perfeito equilibrio mesmo com um cálcio a 380 ppm e um KH de 6 ou 7 mas pouco tempo depois a coisa começa a oscilar, especialmente com as tentativas por parte do aquariófilista de subir o Calcio para 420ppm.

Este fenómeno acontece com alguma frequencia especialmente quando o aquariófilista usa e abusa de hidroxido de calcio, este composto quando usado em demasia, satura de a agua e tem o efeito nefasto de baixar a alcalinidade, por exemplo Ca de 600ppm e um KH de 4 ou 5.

Para quem usa Reactor de Kalk e Reactor de Calcio a coisa ainda se torna mais complicada, que sentido faz o uso de um reactor de calcio que repõe alguns dos elementos mais consumidos como carbonatos, calcio, magnesio, potássio, estroncio, etc, associado a um reactor de kalk que apenas repõe o calcio?! A resposta é, sentido nenhum, estes equipamentos usados em conjunto servem apenas para baralhar a quimica da agua destabilizando-a por completo, ou seja a agua funciona como uma esponja, quando está saturada não absorve mais elementos e estes acabam por se percipitar por tudo o que é superficie do aquario mas em especial nas bombas e resistencias o que é um verdadeiro desperdicio de dinheiro.

Apenas aconselho o uso de reactor de kalk para aquarios que não usem refugio, o uso de kalk nesta configuração permite a precipitação do phosfato existente na coluna de agua em phosfato de cálcio temporariamente estável com um pH acima de 8 e inerte para as algas.

Pessoalmente uso apenas reactor de calcio para manter o perfeito equilibrio da agua, apenas este equipamento consegue manter a quimica perfeita da agua, mantendo a oscilação de pH perfeitamente insignificante durante o dia e especialmente durante a noite.

Um método ainda mais simples de manter o Ca e o Kh para aquários sem Reactor de Calcio ou Reactor de Kalk, por exemplo um nanoreef, passa pelo o uso de compostos quimico sem marca adquiridos em qualquer farmácia ou seja este método muito semelhante ao de Balling, passa pelo o uso de Cloreto de Calcio, Cloreto de Magnesio, Sulfato de Magnesio, Cloreto de Estroncio, Bicarbonato de Sodio e Iodeto de Potássio para repor os niveis consumidos.

Para que estiver interessado em testar esta forma simples de mantér o equilibrio quimico sem recorrer a reactores ou às carissimas prateleiras de lojas da especialidade pode usar a tabela Reef Chemistry Calculater de JDjeck (http://reef.diesyst.com/chemcalc/chemcalc.html).

ATENÇÃO - O uso desta tabela necessita dos litros reais, ou seja do volume total, é necessário subtrair a areia, a rocha, e todos os outros elemento que provocam um volume ficticio.

Façam o teste e tirem as vossas conclusões, a minha é bastante positiva, simples, eficaz, e barata.

Deixo um pequeno ficheiro mp3 que fala um pouco sobre a quimica da agua, a sua saturação, e a sua precipitação:




Até breve

Pestana

sábado, 17 de maio de 2008

Os "bichos" do refugio

Desde ontem que saiu alguma chaetomorpha, já existe algum espaço para os ermitas, nassários, cerithes, etc se mexerem.


Hoje gostaria de falar um pouco da micro fauna existente num refugio, várias pessoas a quem disponibilizei algumas algas falam em "bichos" que vinham à boleia:

Um dos aspectos mais importantes de um refugio é a exportação de nitratos, fosfatos, co2, e alguma matéria orgânica, mas a sua função fundamental tal como o nome indica, é salvaguardar a micro fauna importantíssima para o sucesso de qualquer aquário.



Estes pequenos seres desempenham um papel fundamental na exportação da matéria orgânica que não é retirada pelo escumador e pelas algas, permitem a rapida




exportação desta materia organica quando estes pequeníssimos seres se predam uns aos outros ou são consumidos pela fauna superior (peixes, corais), reiniciando o ciclo uma e outra vez.

Até breve;


Pestana

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A transbordar...

Desde sempre que a minha chaetomorpha tem crescido bem, na verdade já dei o 3 vezes o equivalente das fotos em podas, mas desde que começei a usar o rector de calcio, a coisa tem sido anormal, posso afirmar que noto o crescimento dia para dia e neste momento está quase a transbordar.
Apelo a quem estiver interessado em algumas podas que exprima o seu interesse.


Aproveitei também para arrumar a casa dos frags
devido à queda de uma montipora para a parte de trás.

Até Breve

Pestana

sábado, 10 de maio de 2008

Captura

Sabado, dia de manutenções.

Finalmente os meus hospedes (corais) foram-se após quase ano e meio de residencia, voltaram hoje para casa, espero que tenham melhor sorte e tratamento que tiverem neste ultimo ano, após tantas alterações de aquarios e de luz, não me espantava nada que até em agua doce consiguissem viver. Que encontrem finalmente o descanço merecido.


Hoje foi também dia de arrumações pelos motivos
já referidos, numa das acroporas encontrei 2 clandestinos, um deles peludo e teve de ser removido... nunca fiando, lá foi ele parar à secção da Rocha Viva na sump, espero nunca mais o encontrar.

Hoje gostaria de falr um pouco sobre a exposição dos corais ao ar, ou seja fora de agua.

Muitos aquariofilistas teme que alguma exposição possa danificar os seus corais, tudo não passa de um mito, alguns corais podem ficar ao ar durante longos periodos de tempo, e o mais interessante é que ficam ao Sol. Como se sabe o Sol pelas bandas dos corais não é nada meigo, pode literalmente cozinhar.

Para desmistificar o medo que alguns aquariofilistas tem à cerca de retirar os corais de dentro de agua, deixo um video onde ilustra sem sombra de duvidas a resistencia e capacidade que estes animais possuem, sobrevivendo a altas temperaturas e aos impedosos raios UV:





Até breve

Pestana


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dia atribulado

Ontem foi um dia um pouco atribulado, por volta da 17h30 um companheiro de vicio ligou-me com uma urgencia avassaladora, o seu reactor de kalk estava avariado e necessitava de um novo pois dentro de algumas horas ia apanhar o avião. Desde à algum tempo que deixei de usar reator de kalk, na minha opinião é uma exelente ferramenta para precipitar fosfatos, mas como tenho um grande refugio e um filtro de areia fluidizada com Rowaphos ele só se servia para baralhar a quimica da agua baixando muito o KH.



O equipamento em causa até já se encontrava "desconstruido" e passou a ser a segunda camara do reactor de calcio, mas dado o desespero do companheiro não pode deixar de fazer a minha parte e desenrascar-lhe o bicho. Lá tive que o montar novamente em cerca de 30 minutos, ficou a "bombar" e não pode deixar de ver a cara de felicidade do amigo, tinha lhe tirado um peso de cima pois com o novo reactor nem a sua esposa necessitava de colocar mais pó. Missão cumprimida e lá fomos nós a nossa vida.




Hoje foi dia de compras, não pode deixar de reparar numa millepora verde, o seu tamanho era algo muito em conta para o seu preço... teve que vir comigo, a ver vamos como se vai portar na nova casa.












Fiz algumas mudas de pocilopora, este fim de semana vai finalmente para a sua casa mas não sem antes deixar algum codigo genetico afim de proceder a sua colonagem.

terça-feira, 6 de maio de 2008

A minha Estufa


Apesar de preferir a configuração "dentro de terra" a estufa permite ir mais àlem ao nivel da sua manutenção e possivelmente à propagação asexuada de corais.Medindo 250cm x 200cm x 200cm e à prova de esposa e crianças, esta nova configuração permite amplificar ainda mais o poder do sol nesta materia, o pouco calor/iluminação que existe nos meses de Dezembro e Janeiro chega perfeitamente para manter a temperatura constante de 25ºGraus sem recorrer aos aquecedores .







Tanques com 2 x 245cmx60cmx40cm contendo cerca de 1000lt. Nesta configuração dei especial atenção à configuração da Sump e do refugio, estas são peças fundamentais para a chave do sucesso a longo termo.
Um dos aspectos mais importantes nesta aproximação é a quantidade de luz recebida pelos corais, na antiga configuração de Lago Marinho não existia um espelho de agua que provoca-se uma reflexão de luz ou seja o efeito do vidro em contacto com a agua na superficie permitia que todo os espectros da luz incidissem directamente, ou seja no verão a potencia máxima media é 120.000 lumens, demasiada luz pelo que era necessári colocar uma pequena sombra para que baixa-se estes valores para cerca de 40.000 a 60.000 lumens.
Um dos aspectos mais importantes são os raios UV, estes são benéficos até um certo ponto pois enaltece a coloração do tecido do coral, mas se este tipo de radiação for em demasia, graves danos podem ser provocados e consequentemente a morte em massa de várias colónias. Isso não irá acontecer com esta configuração, as propriedades do policarbonato filtram uma percentagem de UV, desta forma já é possivel dar um pouco mais de luz especialmente no verão quando este tipo de luz está no seu pico máximo. Em relação à coloração do tecido do coral é algo que apenas a longo termo poderá ter algumas conclusões.


A seu tempo farei um update ao blog em relação a essa matéria.

Pequeno video do seu funcionamento:


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lago Marinho

Lago Marinho.

O sonho e o objectivo de qualquer aquariofilista na vertente dos corais, é replicar e manter ao maximo detalhe todos os aspectos naturais de um verdadeiro recife de corais, a iluminação é sem sombra de duvidas um dos factores mais complicados quer a nivel de consumo, quer pelo proprio preço dos equipamentos, este é sem sombra de duvidas o calcanhar de aquilis de qualquer aquariofilista.

A minha forma de contornar todos estes aspectos levou-me à criação de uma estufa iluminada e aquecida pelo sol, Portugal tem um clima exelente para este tipo de "desporto" decidi usar esta vantagem e ver-me um pouco livre da asfixiante presença da EDP.

Quem sabe algo de muito positivo possa sair daqui, a seu tempo saberemos.


Antes de mais gostaria de fazer um "flashback" de outras etapas e expreiencias que me trouxeram aqui, quero falar um pouco sobre o projecto que antecedeu este e me deu toda a experiencia e confiança para o passo seguinte.

Tanque:


Medindo 1500mmx1000x600 900 lt, com uma sump de 200 lt e um refugio de 100 lt, este tipo de configuração permite grande eficiência com um custo inferior comparado a um aquário normal do mesmo volume, não é consumida electricidade para a sua iluminação, e a perdas de temperatura são inferiores devido ao facto do tanque estar enterrado e isolado do ambiente exterior. Para que a temperatura seja constante, o tanque foi instalado no subsolo com materiais isolantes. Um dos maiores problemas deste setup é a visualização do seu interior, ou seja o próprio espelho de água da superfície distorcia completamente a imagem do interior do tanque, desta forma, decidi instalar um 6 ° vidro em permanente contacto com a coluna de água para que o problema da distorção fosse completamente eliminado.A casa da sump está instalada a cerca de 1,5 m do tanque principal, e a sua ligação é feita através de 4 tubos, 2 x 50 milímetros do tanque para o sump, e 2 x 25 milímetros da sump para o tanque com bombas de 2 x 2500lt / h tendo estas bombas a particularidade de se encontrarem ligadas em série, assim, caso uma das bombas venha a parar ou avariar é possível manter o funcionamento do sistema apenas com uma, tal como obter mais pressão para que o circuito possa alimentar o refúgio e tanque principal sem quaisquer tipos de problemas.

Como é visível na fotografia existe uma caixa de 30cmX150cm que permite a manutenção do tanque, esta entrada permite inclusivamente a entrada de uma pessoa no interior do tanque para que algum tipo de manutenção mais minuciosa possa ser executada.

Eficiencia

Muito se debate em sobre os mais variados assuntos referentes à aquariofilia marinha, a sua manutenção, os corais e a sua coloração, peixes, equipamentos, teorias, etc, etc, mas é raro falar-se no tema da eficiência energética. A falta de assunto nesta matéria prende-se ao facto do valor energético ser diluído em suaves prestações mensais. Esta questão é sem duvida alguma a maior batalha que um aquariofilista passa diariamente, e há que lembrar que não é apenas um mês, mas sim todos os dias, meses, e anos. Uma estatística realizada mostra que a maior parte do aquáriofilistas abandonam o hobby aquando do acerto anual da factura da energia, na generalidade as pessoas não estão completamente conscientes dos custos energéticos associados a este hobby, este é sem sombra de dúvidas um dos maiores entraves para o desenvolvimento da aquariofilia marinha. Algumas soluções tem sido adoptadas para contornar este problema, desde bombas de baixo consumo e contadores bi-horarios, mas mesmo assim, os custos energéticos são bastante altos.

Os maiores dos custos energéticos de um aquário marinho são a sua iluminação e aquecimento, os cálculos para cada uma das equações é de cerca de 1Watt para cada litro, ou seja um aquário de 1000 litros necessita de cerca de 1000W de iluminação (ou mais, dependente de cada aquariofilista) e 1000W de aquecimento. Como é óbvio a equação do aquecimento oscila durante o ano, mas a da iluminação não, e se for associado os custos das lâmpadas seja T5 ou HQI que duram uma certa janela de tempo, os custos são ainda mais elevados.
Fazendo uma analogia básica a um tanque de aproximadamente 1000 lt, se a iluminação estiver ligada 8 horas por dia o que equivale a 8 Kwatts, e se o aquecimento estiver ligado outras 8 horas (durante o Inverno) faz com que o total seja de 16 KW, e se a esta soma forem adicionados os restantes equipamentos (cerca de 250Watts/h X24H = 6KW/dia) o total cresce para 22 Kwatts, ou seja cerca de 2,35€ por dia o que durante um mês equivale a 70,50€, e multiplicado por 12 meses equivale a 846€, e quem quiser manter um aquário por vários anos... “enfim é fazer as contas”.

Estes cálculos foram realizados sem ter em conta o uso de um contador bi horário ou as oscilações térmicas durante o ano, mas como é do conhecimento público que no verão os aquecedores dão lugar aos refrigeradores por essa razão estes cálculos não devem fugir muito à realidade de um sistema de 1000 Lt.

A eficiência energética na configuração de “lago marinho” é bastante superior, sendo o consumo de energia bastante inferior, não é necessário energia para a sua iluminação, e em um dia normal, sem a utilização de um refrigerador ou aquecedor o consumo total de todos os equipamentos é de cerca de 250Watts, cerca de 0,50€ por dia, usando um contador bi horário o total é cerca de 15€ por mês o que para um sistema de 1000 lt é realmente baixo.

Temperatura

Há muito a debater sobre esta matéria, a preservação da temperatura é uma questão crítica. Num tanque normal, a temperatura perde-se ou ganha-se através da água em contacto com o vidro, este efeito não é aplicado na configuração de lago marinho, o tanque está completamente rodeado com material isolante, este material ajuda a prevenir a perda de calor ou frio. Dois exemplos de temperatura extrema são sem dúvida o Verão e o Inverno.

Verão

No verão, com uma temperatura exterior em torno de 38°C a temperatura da água não sobe acima de 28°C à sombra e sem refrigerador, de lembrar que a temperatura do solo é bastante estável e mais baixa que a temperatura exterior. Como é obvio é necessário a instalação de um refrigerador para que a agua não ultrapasse os 26ºC, este equipamento apenas funciona cerca de 1 hora por dia e na altura de maior calor por volta das 14h00 – 15h00. Quero salientar que durante este período é necessário a colocação de um tecido sobre o tanque para que faça alguma sombra a fim de evitar o excesso de luz solar tal como o sobreaquecimento do tanque. A instalação desta cobertura contribui imenso para a uma maior eficiência energética, além de não permitir o sobreaquecimento permite que seja fornecida a quantidade de luz correcta.

Inverno

Este perido terá de ser partido em duas fazes, o dia e a noite.

Noite

É nesta época que o tanque passa pela sua maior prova, na zona onde habito a temperatura desce bastante, chegando mesma a temperaturas negativas. Para dar uma ideia posso afirmar que tenho todos os dias na de manhã uma camada de gelo no para brisas do carro, por vezes a água chega mesmo a congelar no interior da própria mangueira o que faz com que a tarefa de remoção de gelo seja bastante mais difícil. Nesta altura do ano uso apenas 2 aquecedores de 300W, ou seja 600W de aquecimento para 1000 lt de água, na equação correcta deveria ser cerca de 1000 Watts, e tendo em conta que a temperatura exterior seja negativa, esta equação deveria ser o dobro ou o triplo da normal, mas na configuração de “lago marinho” a temperatura da água mantém-se perfeitamente nos 25°C, saliento o facto que durante este período nocturno é aplicado no vidro superior uma camada de material isolante, desta forma as perdas de temperatura são quase nulas, o próprio aquecimento das bombas de circulação ajuda a manter um pouco a temperatura à noite.

Dia

Este período é também bastante complicado, se não vejamos, queremos manter uma temperatura de 25ºC mas a temperatura exterior ronda os 8, 9, 10, 11ºC, o material isolante do vidro superior terá de ser removido para que a luz natural entre no interior do tanque. Uma das mais simples tarefas para contornar este problema é baixar o nível de água alguns Centímetros, criando desta forma uma camada de ar entre a agua e o vidro, o ar é um dos melhores isolantes e faz com que a temperatura exterior não esteja em directo contacto com o vidro superior e consequentemente a água do tanque. Este pormenor de baixar o nível de água no período mais frio do ano somado ao período nocturno torna as perdas de temperatura inferiores durante o referido período. O factor de visualização para dentro do tanque é sacrificado devido ao espelho de água e à condensação mas os ganhos são bastante superiores.

Luz Natural


A luz natural é sem sombra de dúvidas melhor que qualquer luz artificial, posso afirmá-lo pessoalmente, antes de construir o tanque tive alguns aquários iluminados com luz artificial. O aspecto mais importante sobre a utilização de luz natural é a sua quantidade, fazendo uma comparação a um recife de coral, este setup tem menos profundidade e não tem espelho de água, neste caso é muito importante medir a quantidade de luz, pessoalmente e para ter um valor correcto uso um luximetro, a quantidade de luz não deve ultrapassar os 80.000 lúmen. Os corais podem sobreviver acima deste valor e até cerca de 120.000 lúmen, mas apenas por um curto período de tempo, talvez cerca de 2 semanas mas não mais que isso, à semelhança do que se passa em alguma espécie de anémonas os corais expelem as zooxantheles tornando os corais mais pálidos que o normal. Corais também podem sobreviver abaixo dos 80.000 lúmen, nas minhas experiencias o valor mais baixo que consegui manter corais é de cerca de 15.000 lúmenes no inverno (completamente à sombra).

Existe também uma co-relação entre quantidade e tipo de luz e a coloração dos corais, posso afirmar que alguns dos corais quando exposto a uma maior quantidade de luz cerca de 100.000 lúmen (verão) ganharam um tom roxo/azulado, este facto está relacionado com a quantidade de raios ultravioletas e a altura do ano, sabemos que o nível deste tipo em particular de raios solares se encontra no seu ponto máximo no verão. Outros factores também se encontram relacionados com a coloração dos corais, não é apenas a iluminação que provoca a sua coloração, a quantidade de nutrientes na água, tal como a presença residual de nitrato e fosfato pode influenciar bastante este factor, por essa razão instalei um refúgio com mangues e caulerpa o que ajuda bastante na tarefa de exportação deste tipo de nutrientes da forma mais natural e simples possível. Outra das tarefa de um refugio é aumentar o potencial Redox da água, a libertação de O2 por parte das algas aumenta a condutividade da água, posso afirmar que mesmo que a maior parte da superfície do tanque o esteja isolada do ar circundante tenho um potencial Redox por volta dos 300mv, sem o uso de ozonizador, este tipo de aparelho não funciona neste tipo de ambiente, a humidade do ar externa seja verão ou inverno faz com que este aparelho funcione apenas algumas semanas, e ao fim deste tempo não existe reparação possível.

Assim concluo de uma forma MUITO resumida a esta experiencia, os resultados foram muito animadores e deram-me força para o passo seguinte, a construção de uma estufa.

Pestana